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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Linha dos Baianos

De um modo geral, os baianos são tidos como pessoas alegres e teimosas em afirmar sua identidade cultural. Os baianos da Umbanda, entretanto, pouco presentes na literatura científica, são guias que mesclam características da direita e da esquerda, nas giras ele se apresenta com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.


Para falar deles, também é necessário falar um pouco da história do Brasil, aliás, é difícil falar sobre a Umbanda, sem contar a história do nosso querido Brasil, pois ela é uma religião, puramente brasileira, como já falei em outro texto.

Durante a década de 50, época em que a Umbanda se consolidou na cidade de São Paulo, houve um enorme fluxo migratório para esta região, pois era uma das maiores metrópoles do mundo, tornando-se um grande canteiro de obras.

Como a quantidade de pessoas vindas de diversas partes do país era enorme, destacaram-se os nordestinos, que vieram na maioria para trabalhar nas obras de construção civil, como “peões” urbanos, assim como nos mais diferentes ramos da indústria automobilística, então também em total expansão, especialmente ocupando os postos de trabalho não qualificado.

Dentre os muitos preconceitos que temos, costumamos associar o nordestino ao trabalho duro, à pobreza, ao analfabetismo, aos bairros periféricos, à vida precária, de um modo genérico, a tudo que é considerado inferior ou brega. Com o inchaço populacional e os crescentes problemas, inerentes ao desenvolvimento da metrópole, o senso comum, marcado pelo preconceito, passa a procurar o “culpado” pelo ônibus lotado, pela falta de emprego, enfim pelas mazelas da cidade. E a culpa é recorrentemente atribuída ao “intruso”, o nordestino.

Assim como o oriental é indiscriminadamente rotulado de “japonês”, o nordestino é o “baiano”. Na vida cotidiana da cidade se percebe o caráter negativo dessa designação: “isso é coisa de baiano”, “que baianada você fez” etc. Ainda que elementos culturais originários da Bahia e do Nordeste tenham sido valorizados pela mídia, como o carnaval e a música popular, o termo “baiano” (nordestinos, em geral) ainda continua sendo pejorativo. Não obstante, o baiano alcançou grande popularidade na Umbanda.

Os baianos, trabalhadores da Umbanda, pertencem à chamada Linha das Almas, a mesma dos Pretos Velhos. É uma linha que traz uma mensagem de conforto, por estar mais próxima do nosso tempo. São os Espíritos responsáveis pela “esperteza” do homem em sua jornada terrena. No desenvolvimento de suas giras, os baianos trazem como mensagem a forma e o saber lidar com as adversidades de nosso dia-a-dia, com a alegria, a flexibilidade, a magia e a brincadeira sadia.


A Umbanda caracterizou-se por cultuar figuras nacionais associadas à natureza, à marginalidade, à condição subalterna em relação ao padrão branco ocidental. O nordestino é o “subalterno” da metrópole, o tipo social “inferior” e “atrasado”, e por isso é ridicularizado, mas também de admiração, pois igualmente representa aquele que resiste firmemente diante das adversidades.


O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande freqüência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos últimos anos.

Muitos dos baianos são descendentes de escravos que trabalharam no canavial e no engenho. Os baianos têm um conhecimento muito grande das ervas e do axé. Falam com sotaque arrastado, igual ao povo que ainda mora na Bahia.

A Linha dos Baianos é formada por Espíritos alegres, brincalhões e descontraídos. Gostam muito de desmanchar demandas. São conselheiros e orientadores e gostam muito dos rituais em que trabalham, girando e dançando com passos próprios.

A gira de Baianos nada mais é do que a alegria de um povo que foi e é sofrido, mas que não perde a esperança por possuir uma fé inabalável e uma experiência em lidar com problemas que fazem os nossos parecerem brincadeira. Agradecem às festas que lhe são oferecidas; bebem batidas de coco e comem comidas típicas da cozinha baiana.

O Povo Baiano vem trazer sua energia positiva, portanto sua gira é sempre muito animada. São Entidades que têm muito a nos ensinar, sempre com uma resposta certeira e rápida para nossas questões. Com seus cocos, azeite de dendê, comidas e cantigas típicas da região, realizam trabalhos em prol da evolução espiritual de todos. Por terem vivido em épocas mais recentes, são Espíritos mais próximos de nós. Estamos sempre aprendendo com os Baianos, com a sua força de viver frente aos problemas e situações cotidianas e o amparo ao próximo, transformando a tristeza em alegria e esperança.
Na Linha de Baianos, enquadram-se também os Espíritos de Marinheiros, que tem sua ligação com o mar e Iemanjá, e os Caboclos Boiadeiros, que foram trabalhadores do Sertão Nordestino. As Linhas de Baianos, assim como as de Boiadeiros, são consideradas Auxiliares, de Trabalho ou Do Meio, com suas Legiões e Falanges. São oriundas de manifestações de regiões brasileiras dentro da Linha de Caboclos.

Durante as giras sempre dão demonstrações de intensa alegria, apresentando fortes traços regionais, usando chapéus de couro ou palha, lembrando os Cangaceiros. Com seu jeito valente, não levam desaforo para casa. Por outro lado, possuem também características de pacientes, e todos gostam de ouvir seus conselhos. Costumam ser também carinhosos, e passam sempre segurança.


É comum presenciarmos estas magníficas entidades desviarem assuntos relacionados a trabalho, dinheiro, ou qualquer outro problema para perguntar sobre as coisas do coração. Impressiona como normalmente estes problemas existiam e era o que realmente estava atrapalhando. Sanado estes problemas de relacionamento, os demais acabam como que por mágica.

Dependendo da forma de trabalho do chefe da casa e de seus médiuns, diferenças de comportamento podem ser observadas, em alguns lugares, os baianos se apresentam com características mais duras, em que parecem ser mais briguentos e falam muito alto, em outros, sua incorporação é mais mansa e a Entidade manipula essências aromáticas, ervas, flores e velas coloridas. Apesar das diferenças, todos têm em comum a popularidade. São muito queridos e fazem sucesso em realidades sociais distintas. Desprendida, sem complicações, um alto astral e uma vontade imensa de resolver as "coisas do coração", verdadeiro obstáculo do ser humano. Porque é nas coisas do coração que se encontram as soluções para todos os outros problemas.


Os Baianos apresentam um comportamento comedido, não xingam, nem provocam ninguém, não sendo enfim zombeteiros. Os trabalhos com a corrente dos Baianos, nos trás muita paz, nos passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena. Como encarar a vida e seus problemas com entusiasmo e alegria? Pergunte a uma Entidade da Gira de Baianos. Sem a menor dúvida, a gira mais festiva e alegre da Umbanda.

Sua Guia: As guias a eles referentes são feitas com contas amarelas, coquinhos, frutos e sementes de plantas do Nordeste.
Sua Bebida: Gostam de beber batida de coco, aguardente pura e água de coco. Geralmente os baianos fumam cigarros de palha.
Sua Comida: As comidas oferecidas aos baianos geralmente são farofa, carne seca, cuscuz, rapadura e doces feitos com coco.
Trabalham: Desmanchando trabalhos de magia negra, dando passes, etc,. São portadores de fortes orações e rezas. Alguns trabalham benzendo com água e dendê.
Apresentação: Usam chapéu de palha ou de couro e falam com sotaque característico nordestino. geralmente usam roupas de couro.
Nomes De Alguns Baianos:
Severino, Zé Do Coco, Sete Ponteiros, Mané Baiano, Zé Do Berimbau, Maria Do Alto Do Morro, Zé Do Trilho Verde, Maria Bonita, Gentilero, Maria Do Balaio, Maria Baiana, Maria Dos Remédios, Zé Do Prado, Chiquinho Cangaceiro, Zé Pelintra .
Velas: vermelhas,amarela, branca, amarela/preta
Saudação: é pra Bahia!
Local para entregas: pé de coqueiros.


Aranauam (Ara=Luz nauam=Paz) a todos.

Antes de mais nada, gostaria de especificar aqui às pessoas que durante três anos de meu desenvolvimento, a minha madrinha tinha uma formação umbandista oriunda das terras nordestinas, então muitas linhas que não eram ou ainda não são conhecidas aqui em São Paulo, ela cultuava em seu centro, uma delas era a linha de cangaceiros…
Eu em minha limitada ignorância me pergunto: Por que cultuar uma linha de espíritos que em sua gigantesca maioria foram nocivos, seguiam suas próprias e ignorantes Leis e acima de tudo, matavam em nome de uma Lei que dentro de um contexto intelectual não existia?
Ainda me pergunto, cultuar o espírito de Lampeão, foi um dos maiores assassinos do sertão nordestino, um homem que aparava crianças no facão, onde tinha como comparsas, Corisco, Colchete e o Diabo Loiro, que foi em minha opinião, através de estudos antropológicos, uma tríade infernal.
Baseado em meus argumentos, criei algumas teorias que gostaria que me ajudassem a refletir:
a) Será que foi um modo que O Inquiestionável e Onisciente Pai encontrou para que através da vida miserável que levaram e a forma que encaravam a sua própria justiça pudessem ensinar àqueles que teriam tendências a trilhas um mesmo caminho?
b) Será que a história está errada e exumou esses pobres homens, justiceiros do Cangaço?
c) Ou será que justamente pelo grande números de pessoas que adentram nos terreiros, pelo grande número de sacerdotes despreparados que presidem seus terreiros, deram espaço a espíritos inferiores e ignorantes que vagam em nosso orbe?
Pelos três anos que presenciei nos trabalhos realizados na minha madrinha, de fato não presenciei nenhuma caridade prestada por esses espíritos que ali trabalhavam, só os via beber, falar uma série de coisas que em meu modo de ver eram extremamente infundadas e enfim, o resultado dos trabalhos eram sempre nulos. Para que dar passagem a essas entidades?
Alguns podem questionar se o próprio terreiro trabalhava assim, digo com veêmencia que todas as entidades sempre prestavam “serviços” sejam de cura, de conselhos ou de desmanche, mas particularmente essa linha, que era evocada uma vez por trimestre, não se faziam nada, alguns confesso, eram engraçados, traziam sim alegria na casa, mas… Resultados? Nenhum.
Bom, para as pessoas que me conhecem bastante, sabem que sou contra o culto de algumas linhas que abriram na egrégora umbandista, assim como linha de malandros que comentarei posteriormente, acho complicado.
Quero esmiuçar em pormenores qual conclusão eu cheguei mediante as perguntas que relacionei acima, começando pela pergunta “a”:
- A Umbanda, segundo o nosso grande mestre Sete Encruzilhadas, não veio para julgar acima de tudo as atitudes cometidas na Terra, não veio para os doutores, não veio para as altas classes sociais, e aceitariam espíritos de negros, índios e outras raças que sofreram segregação no decorrer dos séculos. Pensando desse modo, para que julgar espíritos que cometeram vários equívocos em sua limitada ignorância e obtiveram uma chance de reaver seus débitos praticando o bem e a caridade através da Egrégora da Grande Mãe que é a Umbanda? Todas as pessoas tem muito potencial para mudança, a energia de Oxumaré e Omulu é presente em cada ser desse orbe, e aquele que julga pelo passado, em meu modo de ver, está condenando o próprio futuro, por fim, quem sabe não são homens que aceitaram seus erros e viram na Umbanda sua esperança de evolução, seu incentivo para galgar os degraus da evolução? Quem somos nós mediums para separarmos e julgarmos tais espíritos que necessitam de nosso ectoplasma para dar continuidade aos serviços prestados por Jesus? É algo para se pensar, não?
b) Através de Estudos e pesquisas realizados por mim e por historiadores muito mais competentes que eu, verifiquei que a veracidade da grande maioria dos boatos e informações que foram conservadas até os dias hodiernos, é correta e irrefutável, portanto, descartaremos essa hipótese.
c) Isso é algo que realmente temos que nos atentar, não sou um medium que se possa chamar de exímio clarividente, mas em minha limitada visão já avistei espíritos que davam o nome de Corisco ou até mesmo Lampeão que eram na verdade, alguns quiumbas ou espíritos carregados de plasma cinzento ou roxeado, espíritos de baixo padrão vibratório que se plasmavam como verdadeiros cangaceiros dentro do centro, é óbvio que isso não ocorre apenas com cangaceiros, às vezes temos médiuns que incorporam “caboclos” quando na verdade, são eguns que se utilizam daquela energia para alimentarem seus vícios que não morreram junto com sua carne, mas acho muito pouco provável que seja um axioma dentro do contexto da linha dos Cangaceiros, mas que existem eguns e quiumbas se passando por diversos personagens existem, uma vez me consultei com “PAdinho Ciço” ou o Padre Cícero muito conhecido por todos, mas isso é um outro assunto que será comentado em posts posteriores, é claro.
Então, caros leitores, ainda prefiro contar sim com a opinião A, mas como é uma breve opinião, aguardo novos comentários através do blog ou do meu próprio email, quem sabe juntos não chegamos a um denominador comum mais satisfatório?
Namastê (O Meus Deus está em você e o Seu está em Mim)

SALVE O POVO DA BAHIA

3 comentários:

  1. Interessante você ter copiado todo o texto do blog do umbandadochico e nem ter colocado nenhum crédito! Muito feio!

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  2. Direitos autorais pode dar um processo muito bonito.
    Leio o 'A Umbanda do Chico Preto' há um tempo e conheço muito bem os textos dele. Que por sinal são bem inscritos e inscritos com dedicação e conhecimento
    Se copiou, colocasse pelo menos da aonde tirou.
    Que umbanda é a sua que nem humildade de falar que foi uma outra pessoa que fez.

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